domingo, 27 de março de 2011

"-Nossa, porque vc expõe sua vida dessa forma?"

Blog é coisa difícil de se ter. Pode ser um ótimo desabafo em certos períodos da vida mas tbm pode ser extremamente frustrante em outros. Essa coisa de ser lido e interpretado de mil formas não é pra mim. Sinceramente tentei, mas acho que preciso ser mais maldosa ou não ligar tanto pro que falam, e isso eu descobri que não consigo ser. 

Minha vida anda boa, o coração anda alegre como nunca foi. E isso, infelizmente, incomoda a muitos.

Desculpem os poucos leitores, desculpas a mim por estar desistindo do que me era um treino tão bom.

Cansei =/

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mudanças

Escorada naquele balcão, com aquelas luzes, álcool correndo rápido nas veias e aquele cara ali bem na sua frente, te dizendo coisas estimulantes e sedutoras, ela lembrou de um tempo em que esse era o habitual, essa era uma boa noite. Ela costumava sair sozinha, ou  com poucas amigas, afinal de contas, sempre desconfiou de amizades femininas, e gostava de provar pra si mesma que ela ainda era uma mulher interessante, que era questão de opção e não de obrigação, estar solteira. Era esse status que demonstrava o quanto ela era independente, moderna e segura. E ficava com quantos ela quisesse, as vezes passava da contas, outras tantas somente apreciava esse poder de sedução que as mulheres costumam carregar, que exala nos olhos, no corpo. E isso era bom.

Mas naquela noite, a única coisa que ela conseguia fazer, era pensar naquele cara que a aguardava na mesa, aquele cara que fez com que ela desejasse largar esse passado. Que a fez entender que aquele tempo já não fazia sentido mais, que agora estava na hora dela pensar em sonhos, em planos, em futuro. E todas essas coisas tentadoras, não pareceram tentadoras mais, ficou muito fácil virar as costas e voltar praquela mesa. O caminho agora ficou livre e tranquilo, não pesava mais abrir mão do que ela achava que era liberdade.

A vida tomou outra importância, ela agora não pensa mais só em si. Finalmente deixou de lado o velho egoísmo. Agora ela fala no plural, ela pensa no plural. Os seus passos já não são mais solitários. Ela aprendeu que mais vale acordar, abrir os olhos e dar de cara com os dele te admirando, te amando, que passar os dias  encarando olhos fáceis e frios, que mais vale fazer qualquer coisa, desde dormir num banco de rua esperando amanhecer, até assistir alguma novela na tv, do que fazer os passeios mais caros mas sem que a pessoa que a gente ama estivesse com a gente, ela enfim entendeu que o amor é um cão dos diabos, porque pode dilacerar o peito, pode matar quem o sente, mas é um preço que vale a pena pagar pois nada se compara à beleza que as coisas belas passam a ter depois que as olhamos com olhos apaixonados. Desde que o amor chegou, e veio acompanhado dele, os dias já não são mais os mesmos. 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Eu quero uma casa no campo...

Olhando a chuva que caía mais cedo, que molhava a rosa e dava à sua cor uma tonalidade diferente do sol, eu entendi que é na simplicidade da vida que está a possibilidade de ser feliz.  Tantas vezes ao caminhar apressada pelas ruas, com mil coisas na cabeça, com balancetes pra fechar, com relatórios pra fazer, e via uma pessoa andando calmamente, até atrapalhando minha corrida pra chegar antes do banco fechar, eu ficava me perguntando como essas pessoas conseguiam levar a vida assim, nessa calma toda. E outras tantas vezes que me colocava no topo do meu orgulho acadêmico e achava que eu era melhor que os outros porque eu lia Nietzsche e quando trombava numa pessoa simples e humilde, ficava me perguntando como ela conseguia viver sem nunca ter lido nada do tipo, sem questionar o porque da existência, o porque do mundo e da sociedade serem o que é.

Quanta prepotência! E quem precisa de faculdade pra ser feliz? As pessoas de lá costumam trazer uma complexidade tão grande à vida, abrem mão de valores vitais porque acham que isso é uma imposição social, destroem os pilares que sustentam a fé porque acham que isso é ignorância, criticam tanto, questionam tanto, que se esquecem de colocar outra coisa no lugar. Ficam vazias, perdidas, acham que recitar frases prontas e citar autores semidesconhecidos é mais importante do que sentir, do que cultivar gestos simples. Não é a toa que suicídios são tão comuns, que depressivos são tantos. Conhecimento nunca foi sabedoria.

E agora que estou de férias disso tudo, encontrei alegria em poder fazer um suco natural, andar descalça, curtir meu cachorro, gastar horas arrumando os armários, ler coisas fúteis, tomar uma cerveja em plena tarde no meio da semana, ouvir música pelo simples prazer que ela me dá.

Dias bons viu. 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Então...

Assim que eu cheguei em casa, depois de um dia trabalhoso e difícil, com a alma meio em pedaços eu fiz uma coisa que me lembro de ter feito há muitos anos, quando eu ainda era uma criança: eu sentei no chão, no canto do meu quarto, em meio às almofadas e chorei. Não um choro calmo, mas sim um choro pesado, sofrido, daqueles que a gente até soluça. E pela primeira vez desde a minha última briga com deus, eu rezei.

E eu pedi a ele, com essa mínima fé que ainda me resta, que eu não me decepcione com as pessoas mais uma vez. Eu costumo ser forte, mas dessa vez meu tombo será maior, porque agora, eu investi mais do que com qualquer outra pessoa. E não é fácil entregar assim nossos sonhos, nossa fragilidade, escancarar a alma e depois ter que recolher o que sobrou disso tudo. Por favor deus, não me deixe descrente, não deixe que eu tenha que esconder lá no fundo de mim, esse sentimento de novo, logo agora que eu descobri as suas cores, os seus encantos. Eu não quero mais sofrer, não quero mais ter que voltar a usar aquela máscara, não quero ter que me afastar, ter que voltar pra minha caverna, mas realmente, se as coisas não derem certo, não sei se sairei de novo dessa, é difícil de pensar se dá pra acreditar em mais alguém. Quando as pessoas machucam a gente, e machucam feio, é difícil não voltar a usar as armas, é difícil pensar que as coisas podem melhorar.

Que a minha intuição esteja errada dessa vez, por favor.

Amém.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ai o amor...

Love me tender,
Love me sweet,
Never let me go.
You have made my life complete,
And i love you so.



domingo, 5 de dezembro de 2010

Memórias

Agora, aqui sentada na varanda, olhando pra chuva que insiste em cair, é inevitável não me lembrar de ontem. Ainda  sinto o cheiro e é fresco na memória uma das noites mais incríveis da minha vida. Sexo, lágrimas, confissões, amizade, uma pessoa fantástica ao meu lado e um conto de Bukowski pra me ninar. Quer mistura melhor que essa?

Quero escrever sobre isso pra que eu nunca me esqueça que ao menos essa noite eu fui a pessoa mais feliz do mundo, não foi adrenalina que correu nas minhas veias, foi amor. E há quanto tempo eu não sentia isso.

Não quero esquecer jamais daquele olhar que me dizia tantas coisas, não vou esquecer do nosso abraço de mil horas, da nossa música, das risadas, da gente tentando cantar cazuza naquela vista linda pra fechar bem o nosso dia maravilhoso. Ele é um poeta , o meu poeta, e só uma alma como a dele me poderia fazer deixar de lado por umas horas aquela máscara que costumo usar da Ana durona. Uma pessoa que eu julgava não simpatizar mas que me conquistou de uma maneira incrível
.
Não sei como será daqui pra frente, mas tenho plena convicção de que já fui feliz o bastante. Que seja o que a vida quiser. Tô pronta pro amor, já era hora.

sábado, 13 de novembro de 2010

Veja bem meu bem,

Eu senti o sangue correr rápido nas minhas veias, foi intenso e sensual. Eu sou mesmo prática pra essas coisas, você tem toda razão, não penso mesmo, não teorizo, não me culpo. Tenho essa mania de levar meus desejos a sério.

E quando você para e me olha, eu entendo que você pede por salvação. Eu sei que eu cumpro bem esse papel, mas nós dois sabemos que não dá mais. Não dá mais mesmo sendo tão bons momentos, porque mesmo sendo bons, eles tem sido cruéis com você. E tem sido comigo também. Eu gosto demais de você pra permitir que isso te faça sofrer o tanto que vejo nos seus olhos, eu entendo o peso que isso tem pra você.
A gente precisa parar. E logo.

Até porque eu continuo sentindo aquela sensação de falta que te falei no início. E eu sei que isso não é seu papel, não é você que vai preenchê-la, porque você não sabe se dividir. Pra ser franca,  eu sinto falta mesmo eram daqueles olhos que me vigiavam da esquina naquela noite estranha. Aquela noite que eu vi o passado passar por mim, e a chance de jogar os dados e mudar meu destino. Quando ficamos as sós e eu senti aquele gosto da vontade, eu consegui me controlar um segundo e pensar, pela primeira vez com ele, eu consegui pensar em mim. E preferi pegar minhas coisas e sair correndo dali. Já não tenho mais tanta certeza se eu conseguiria lidar com tudo isso de novo, tem sido mais fácil esquecer do que eu abri mão, e tentar fingir que não me importo, talvez de tanto fingir eu acabe acreditando que isso é verdade. Tô reinventando meu sentimento e tô gostando disso.


“Esse flerte é um flerte fatal.”