segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Eu quero uma casa no campo...

Olhando a chuva que caía mais cedo, que molhava a rosa e dava à sua cor uma tonalidade diferente do sol, eu entendi que é na simplicidade da vida que está a possibilidade de ser feliz.  Tantas vezes ao caminhar apressada pelas ruas, com mil coisas na cabeça, com balancetes pra fechar, com relatórios pra fazer, e via uma pessoa andando calmamente, até atrapalhando minha corrida pra chegar antes do banco fechar, eu ficava me perguntando como essas pessoas conseguiam levar a vida assim, nessa calma toda. E outras tantas vezes que me colocava no topo do meu orgulho acadêmico e achava que eu era melhor que os outros porque eu lia Nietzsche e quando trombava numa pessoa simples e humilde, ficava me perguntando como ela conseguia viver sem nunca ter lido nada do tipo, sem questionar o porque da existência, o porque do mundo e da sociedade serem o que é.

Quanta prepotência! E quem precisa de faculdade pra ser feliz? As pessoas de lá costumam trazer uma complexidade tão grande à vida, abrem mão de valores vitais porque acham que isso é uma imposição social, destroem os pilares que sustentam a fé porque acham que isso é ignorância, criticam tanto, questionam tanto, que se esquecem de colocar outra coisa no lugar. Ficam vazias, perdidas, acham que recitar frases prontas e citar autores semidesconhecidos é mais importante do que sentir, do que cultivar gestos simples. Não é a toa que suicídios são tão comuns, que depressivos são tantos. Conhecimento nunca foi sabedoria.

E agora que estou de férias disso tudo, encontrei alegria em poder fazer um suco natural, andar descalça, curtir meu cachorro, gastar horas arrumando os armários, ler coisas fúteis, tomar uma cerveja em plena tarde no meio da semana, ouvir música pelo simples prazer que ela me dá.

Dias bons viu. 

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