segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Então...

Assim que eu cheguei em casa, depois de um dia trabalhoso e difícil, com a alma meio em pedaços eu fiz uma coisa que me lembro de ter feito há muitos anos, quando eu ainda era uma criança: eu sentei no chão, no canto do meu quarto, em meio às almofadas e chorei. Não um choro calmo, mas sim um choro pesado, sofrido, daqueles que a gente até soluça. E pela primeira vez desde a minha última briga com deus, eu rezei.

E eu pedi a ele, com essa mínima fé que ainda me resta, que eu não me decepcione com as pessoas mais uma vez. Eu costumo ser forte, mas dessa vez meu tombo será maior, porque agora, eu investi mais do que com qualquer outra pessoa. E não é fácil entregar assim nossos sonhos, nossa fragilidade, escancarar a alma e depois ter que recolher o que sobrou disso tudo. Por favor deus, não me deixe descrente, não deixe que eu tenha que esconder lá no fundo de mim, esse sentimento de novo, logo agora que eu descobri as suas cores, os seus encantos. Eu não quero mais sofrer, não quero mais ter que voltar a usar aquela máscara, não quero ter que me afastar, ter que voltar pra minha caverna, mas realmente, se as coisas não derem certo, não sei se sairei de novo dessa, é difícil de pensar se dá pra acreditar em mais alguém. Quando as pessoas machucam a gente, e machucam feio, é difícil não voltar a usar as armas, é difícil pensar que as coisas podem melhorar.

Que a minha intuição esteja errada dessa vez, por favor.

Amém.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ai o amor...

Love me tender,
Love me sweet,
Never let me go.
You have made my life complete,
And i love you so.



domingo, 5 de dezembro de 2010

Memórias

Agora, aqui sentada na varanda, olhando pra chuva que insiste em cair, é inevitável não me lembrar de ontem. Ainda  sinto o cheiro e é fresco na memória uma das noites mais incríveis da minha vida. Sexo, lágrimas, confissões, amizade, uma pessoa fantástica ao meu lado e um conto de Bukowski pra me ninar. Quer mistura melhor que essa?

Quero escrever sobre isso pra que eu nunca me esqueça que ao menos essa noite eu fui a pessoa mais feliz do mundo, não foi adrenalina que correu nas minhas veias, foi amor. E há quanto tempo eu não sentia isso.

Não quero esquecer jamais daquele olhar que me dizia tantas coisas, não vou esquecer do nosso abraço de mil horas, da nossa música, das risadas, da gente tentando cantar cazuza naquela vista linda pra fechar bem o nosso dia maravilhoso. Ele é um poeta , o meu poeta, e só uma alma como a dele me poderia fazer deixar de lado por umas horas aquela máscara que costumo usar da Ana durona. Uma pessoa que eu julgava não simpatizar mas que me conquistou de uma maneira incrível
.
Não sei como será daqui pra frente, mas tenho plena convicção de que já fui feliz o bastante. Que seja o que a vida quiser. Tô pronta pro amor, já era hora.

sábado, 13 de novembro de 2010

Veja bem meu bem,

Eu senti o sangue correr rápido nas minhas veias, foi intenso e sensual. Eu sou mesmo prática pra essas coisas, você tem toda razão, não penso mesmo, não teorizo, não me culpo. Tenho essa mania de levar meus desejos a sério.

E quando você para e me olha, eu entendo que você pede por salvação. Eu sei que eu cumpro bem esse papel, mas nós dois sabemos que não dá mais. Não dá mais mesmo sendo tão bons momentos, porque mesmo sendo bons, eles tem sido cruéis com você. E tem sido comigo também. Eu gosto demais de você pra permitir que isso te faça sofrer o tanto que vejo nos seus olhos, eu entendo o peso que isso tem pra você.
A gente precisa parar. E logo.

Até porque eu continuo sentindo aquela sensação de falta que te falei no início. E eu sei que isso não é seu papel, não é você que vai preenchê-la, porque você não sabe se dividir. Pra ser franca,  eu sinto falta mesmo eram daqueles olhos que me vigiavam da esquina naquela noite estranha. Aquela noite que eu vi o passado passar por mim, e a chance de jogar os dados e mudar meu destino. Quando ficamos as sós e eu senti aquele gosto da vontade, eu consegui me controlar um segundo e pensar, pela primeira vez com ele, eu consegui pensar em mim. E preferi pegar minhas coisas e sair correndo dali. Já não tenho mais tanta certeza se eu conseguiria lidar com tudo isso de novo, tem sido mais fácil esquecer do que eu abri mão, e tentar fingir que não me importo, talvez de tanto fingir eu acabe acreditando que isso é verdade. Tô reinventando meu sentimento e tô gostando disso.


“Esse flerte é um flerte fatal.”






quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ao acaso

 Como em casulos de dimensões às vezes modestas e às vezes espaçosas, procuram (as pessoas) o pouquíssimo, o infinitesimalmente pouco que lhes é dado espreitar na alma do próximo e se confrontam com sua própria natureza de assassinos, invejosos, devassos, traidores, egoístas, mentirosos, canalhas, mesquinhos, hipócritas, adúlteros, santos neuróticos, estupradores, todos, todos, todos os que estão dentro dele  mesmo. A maior parte se ilude, acreditando que não sentiria a emoção que levaria ao pensamento e deste à ação, mas não é verdade, porque cada um é tudo isso. Cada um de nós é isso e, se nos diferençamos  na prática, devemos creditar ao acaso mais do que à deliberação o fato de nos comportamos de maneira considerada ou até elogiável.

E por isso insistem tanto em negar que estão sós e assim se transformam em fantoches de valores que lhes impuseram com indispensável violência, pois a realidade, qualquer que seja ela, da percebida à insuspeitada, da meramente física à social, não se subordina à ordem alguma, porque assim como o Bem e o Mal, a ordem é a desordem, o caos, a contradição e o vácuo de valores inventados como remédios patéticos, todos fáceis de violar e difíceis de defender, a não ser mentindo, reprimindo e transformando meros desejos em verdades.

Leitura do dia: João Ubaldo Ribeiro, Diário do farol.


     Incrível como alguns livros traduzem o que a gente pensa.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Passos conhecidos

Eu sei como pisar no coração de uma mulher

Eu sei que quando ela passa e te esnoba, que quando ela se enrola com o primeiro cara que aparece (que nós sabemos muito bem que não é o estilo dela), é só pra tentar te dizer que ela tá bem, que ela já superou tudo.

Eu sei que quando ela se arruma e prepara cada centímetro do seu corpo exatamente do jeito que você mais gosta, quando gasta horas pensando no que te agrada, e ela te jura ser por acaso, tá na cara que é por vc.

Eu sei que quando ela te chora dores de outro amor, quando abre seu coração, quando conta dos outros caras, ela quer é tentar te fazer sofrer, jogar na sua cara que ela gosta é de outro, que vc é página virada, mas a gente sabe que ela mente.

Eu sei bem que aquele sorriso que ela dá quando vcs conversam sobre sua namorada, quando ela tenta demonstrar que ela não se importa, que até se interessa, ou que tanto faz, e ela até diz que esse namoro te faz bem, ou te dá conselhos sobre isso, tá na cara que ela se mata, chora, se despedaça por dentro.

E quando ela consegue finalmente se interessar por um outro alguém, ela jogaria tudo pro alto pra voltar com você, porque ela ainda passa algumas horas lembrando do que vcs viveram, imaginando como teria sido, e quando ela sabe que naquele momento vc deve estar com outra pessoa, eu sei que o coração dela se aperta, que as lágrimas são involuntárias. Que dá uma vontade danada de rasgar o verbo, de ser tudo ou nada. Mas a vontade vai passar, porque sempre passa.

Já fui mulher, eu sei.


sábado, 9 de outubro de 2010

Diário

Todos os dias na mesma rotina. Já sei de cor o que fazer em cada instante. O relógio programado as sete só pra me dar o prazer de saber que eu posso dormir até as nove. Ou pra me angustiar de mais uma manhã perdida repondo as horas que a insônia me come de madrugada. O despertar sempre preguiçoso, sempre pesado. Nem me levanto e já abro o email, porque eu sei o que me espera todos os dias. Nem isso é surpresa mais. Até o inusitado já virou rotina. Depois o café, sempre o café, pra me acordar, pra tentar me animar. O que vestir? Um milhão de possibilidades pra uma escolha. O mundo é mesmo patético.

Almoço, ver se tem alguma coisa prática e rápida na geladeira.  Não gosto de perder meu tempo cozinhando, mas desperdiço horas fazendo nada que preste. A gente realmente não valoriza o importante. Na sequência, o trabalho. Sempre atrasada. Crianças. E tudo de novo: substituição dos professores cansados demais pra ir trabalhar, ou folgados demais pra isso. Queria gritar na orelha deles: Vão à merda raça preguiçosa e covarde. Mas pra mim não importa, a função continua. Depois a faculdade. Mais uma aula que sei que não vou me interessar, não vou prestar atenção. Só olho o relógio, com a ilusão de que venha algo melhor. Mas não vem, e eu sei disso. Nos dias bons, ainda consigo dar uma escapada das aulas e tomar uma cerveja. E é só nesses momentos que esqueço dessa desgraça. Amizade realmente tem esse poder de aliviar umas dores.

E por fim, banho e cama. Cama, mas não sono. Sei que meus fantasmas não me tem deixado dormir. Eles tem me assombrado e me posto um medo danado. Medo de não aguentar mais isso. Medo de não querer acordar.

Tô suplicando pra que algo de novo me tire desse marasmo. Sou velha demais pra ter ilusões, mas nova demais pra me acomodar com essa vida. Dou conselhos que nem eu sigo, choro lágrimas sem vida, não tenho fé em nada mais. “Minha alucinação é suportar o dia a  dia”. Estampo um sorriso enferrujado. Digo que sim por preguiça de dizer que não. De ter que dar motivos, explicações. E eu não sei o que fazer com essa sensação. As pessoas ditas felizes, são felizes porque são acomodadas com o pouco que tem, são realmente alheias ao sofrimento e a dor ou são agraciadas com essa coisa chamada tolerância? 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O vazio no meu peito tem nome

Deus, vamos fazer uma troca?

Leva o que quiser de mim, mas me devolve o Davi?


"Saudade é o pior castigo"

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Nada por mim

Não consigo falar sobre tantas coisas. Não quero parecer mais fraca e mais dependente do que já sou. Me incomoda colocar atos e sentimentos em palavras. Se as pessoas precisam delas pra entender o meu jeito, é porque elas não são tão importantes. Não quero que precise de uma bola de cristal pra saber o que penso. Não sou tão complicada assim. Acho que um tempo que você gastar pra olhar pra mim, já é suficientemente longo pra me entender.

As pessoas precisam aprender que ninguém está jogando sempre com cartas marcadas. Tem a possibilidade sim, de ser sem querer, sem propósito. E não é porque dormi com você, que as coisas se tornam mais fáceis, mais óbvias. Tem dias que a única coisa que quero é realmente não saber de nada. Não medir nenhuma conseqüência, só usar daquilo que ainda posso. Não me cobre explicações, não me cobre motivos. Simplesmente aconteceu. Como acontecem tantas outras coisas por aí. Mas não me julgue por isso. Não se dê ao trabalho de se apaixonar. Não perca seu tempo planejando alguma coisa. Nem me condene à fogueira das vaidades. Somos todos assim. Desesperados atrás de alguma satisfação, de alimentar algum monstro, algum vício. De viver tudo da forma mais intensa, mais enganadora, mais prazerosa. Mas tudo isso tem que ser feito antes de acordar, antes da ressaca, de passar o efeito, antes daquele momento de angústia que sempre vem depois, tudo isso antes do cigarro, ou do cochilo depois do gozo. Porque aí já é tarde demais. Você sabe que pra mim é difícil aguentar esperar até amanhecer. Eu preciso pegar minhas coisas e ir embora logo. Porque vem a segunda-feira, vem o trabalho, vem a chatice do dia a dia. E a impressão que fica, é que uma noite é sempre pouca demais pra aliviar tanta pressão.

E o tempo me trouxe essa angústia, esse monstro que tenho que lutar todos os dias pra conseguir sair de casa. Não consigo mais ser espontânea, nem ser sonhadora. Você levou isso de mim há algum tempo. E não se deu ao trabalho de por outra coisa no lugar. Simplesmente saiu deixando a bagunça toda pra eu arrumar. Não se deu ao trabalho de saber como que as coisas ficarão pra mim.  Foi atrás de outra alma, de sangue novo pra tentar te satisfazer. Não te condeno. Eu faria isso também se eu pudesse. Mas eu caí na armadilha de achar que isso é que é a realidade. Só fico me perguntando se pra mim, alguma coisa ficou. 



"Inferno, apenas há um. Não são os outros. Sou eu mesmo."

domingo, 19 de setembro de 2010

Ternura


Hoje ganhei poesia de um amigo. Mais uma dose diária que ele vem me dando de carinho e afeto.
Que bom que ainda tem gente boa perto de mim. Alegrando meu coração.

A Fera e a fera
Sempre achei que era forte
Mas naquela noite perdi meu norte
Por sorte não saio ferido
Por sorte não fiquei perdido
Tudo pela sedução do proibido

Maldita seja essa fera
e seu ímpeto que me impera
Quando eu vi, "já era"!
Tarde demais...
Tarde demais pra voltar a ser um bom rapaz
Já não sou mais quem eu achava que era

Tontura
Loucura
Carne nua!
Tortura
Ternura
Já era!
De mim, só restou a fera...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu menti

Enfim, meu inverno chegou. Já previa essa hora há tempos. Estava esperando só o momento que isso iria acontecer, de  quais seriam as circunstâncias, como isso se daria, mas desde o início sabia que meu inFerno começaria. E começou. Há algumas semanas. E vai se estender só deus sabe até quando.

Mas sabe quando você já passa a desejar o sofrimento logo para que ele apague de vez qualquer esperança de uma outra realidade? Para que ele tire essa ideia fixa da cabeça, essa ladainha sem fim. Eu já passei isso antes. Sei das feridas, sei do tempo, sei do recomeço. Acho que a vontade era de mantê-las em eterna exposição. De sair gritando que eu sofro, que meu coração está mil vezes partido. E pior que partido, está sem esperanças. Mas não farei isso, não terei coragem nem pra dizer a verdade.

Minha alma já não brilha. Minha alegria é falsa, minha aparente vida tranquila é só da boca pra fora. Quero sair logo daqui. Quero novos amigos, nova vida, novos desafios. Tô cansada de esperar o meu momento, a minha hora, a minha vez.

É como ficar esperando cartas que nunca vão chegar.

Mas eu continuo esperando porque ainda não sei o que por no lugar.


domingo, 12 de setembro de 2010

Domingo tedioso, redundante não?





Acho que tenho é medo do futuro. Medão.
Pior que o medo que eu tinha daquela coisa que sonhava que iria me matar quando eu era criança.

Medo porque não imagino no que isso tudo vai dar. Como serei, como estarei.
Pés instáveis me guiam há tempos.

Não sei bem direito o que esperar. Tinha planejado meu presente de uma forma bem diferente do que ele tem sido. Não pensava que eu teria que realmente empurrar meus dias, reinventar meus sentimentos, me acomodar com tantas coisas que não suporto, me calar pra tantas coisas importantes.

Será que posso esperar por algo melhor?

domingo, 5 de setembro de 2010

Mal estar

Quando eu digo que sinto um prazer ao evidenciar nas pessoas as características que elas achavam que não possuíam como a inveja, a infidelidade, a mentira, as pessoas médias sempre me julgam como se eu fosse uma leviana que planta um mau que era ausente dentro dessas criaturas. E são médias porque se esquecem de que a influência existe sim, mas é resultado de sintonia de algo que já existia ali. Somos egoístas e infernais, mais demônios que anjos, usamos nossas máscaras porque sem elas, nem nós mesmos nos aguentaríamos. Cobras venenosas à espera da próxima oportunidade de lucramos à custa dos outros.

Mas não somos só ruins. Lúcifer também era um anjo. Aliás, o que separa a ele de qualquer outro ser é só o Tempo. Tempo que traz a sabedoria e a evolução.

Então não venha me julgar com meias palavras. Não se engane porque todos nós carregamos nossas chagas, nossos vícios. Não queira se sentir superior. Filosofia barata o mundo já tem demais.


“Há muito tempo eu ouvi dizer
Que um homem vinha pra nos mostrar
Que todo o mundo é bom
E que ninguém é tão ruim

O tempo voa e agora eu sei
Que só quiseram me enganar
Tem gente boa que me fez sofrer
Tem gente boa que me faz chorar

(...)Quem vive, mente
Mesmo sem querer, mesmo sem querer
E fere o outro, não pelo prazer
Mas pela evidente razão, sobreviver"

sábado, 14 de agosto de 2010

Fragilidade

Hoje pela primeira vez vi um homem sendo morto. Um instante, instante eterno, foi quando eu pude ver em seus olhos o desespero e o pavor. É a morte. Eminente, fria e rápida. E a morte dele, me fez lembrar a minha. A minha vida que traz em cada segundo um pouco do meu fim.

As poucas pessoas que conheço que tem o costume de pensar no significado da vida, na subjetividade da realidade e na efemeridade das coisas, se dizem bem resolvidas quando o assunto é a morte. Eu duvido que tenha alguém nesse mundo bem preparado pra ela. Tanto para a sua própria quanto para a dos outros. Eu posso ter uma fé que me console, mas saciar a saudade de quem já foi é impossível. É a dor que nós, ainda vivos, temos que carregar. É aquele aperto no peito que sinto todas as vezes que algo ou alguma coisa me faz lembrar dessas pessoas, é difícil passar pelos lugares em que fomos, lembrar os assuntos que falamos, as noites que nos divertimos, os instantes, o gosto, o cheiro e não inundar o peito de saudades. Mas não quero falar das outras pessoas. Quero aqui falar do tanto que a morte desse homem que eu nunca tinha visto me fez pensar na minha trajetória.

Nos meus maus vividos 21 anos. Claro que já fiz muito do que planejei. E claro que altos e baixos acompanharam esses anos. Estou quase conseguindo meu diploma na tão sonhada Universidade Federal, mas já passei noites estudando insegura se seria capaz de passar no tal do vestibular. Tenho um emprego público médio que paga minhas contas e cobre boa parte dos meus gastos, mas já me desesperei esperando um ônibus às 5 da manhã para ir para meu emprego de telemarketing. Já conheci muita gente bacana, mas também me decepcionei muito com muitas delas. Ri escandalosamente e chorei copiosamente. Já passei uma noite apaixonante sob as luzes da Times Square, mas também passei noites insones no canto do quarto, me sentindo a mais sozinha das pessoas. Já tirei minha carteira de motorista, mas ainda tremo de medo de dirigir. Já chorei a morte do meu melhor amigo, mas soube agradecer pelos outros melhores amigos que conheci. Já ri muito do meu sonho de ir pra Machu Picchu, mas quase caí de joelhos de emoção ao ver a beleza da cidade perdida dos incas. Já jurei nunca mais me apaixonar, mas não resisto ao encanto de acordar ao lado dele, olhar nos seus olhos e agradecer ao universo por ter me colocado exatamente no lugar em que eu mais queria estar.

Mas ainda assim, são maus vividos anos. Porque agora eu pergunto “e daí?”. E se ao invés daquele homem do inicio da historia, fosse o meu dia de morrer? O que ficaria disso tudo? Eu teria dito aos que amo, o tanto e como é esse amor? Teria resolvido os mal entendidos? Quem seriam as pessoas que me levariam na memória, quais seriam as vidas em que eu pude fazer alguma coisa de realmente válido, que eu tenha contribuído de alguma forma para que elas tivessem um dia melhor? Agora eu vejo que vivemos mergulhados numa corrente de egoísmos, de hedonismos, imediatismo e tantos outros “ismos” que nos acompanham vida a fora. E acho que os baques, as perdas, os sofrimentos, são os botes a tentar nos salvar.

E se o seu dia de morrer fosse amanhã? Estaria preparado?


"Eu não posso entender
Essa vida tão injusta
Não vou fingir que já parou de doer
Mas um dia isso vai acabar

Eu não consigo me convencer
Que essa vida não foi injusta
Tanta falta me faz você
Queria ver você lá em casa"

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O que todos nós já sentimos

Ok, não é fácil desistir de alguém. Todo mundo sabe que nessa situação, o nosso foco é sempre a maldita da pessoa, como se as coisas só pudessem fazer sentido com ela. Como se a festa só fosse boa se ela ali estivesse.
Para mim a receita foi simples e infalível. Ao menos tem sido.

Primeiro passo foi parar de ouvir Los Hermanos e todas as músicas deprês. Impressionante o tanto de vezes que ouvi “Pois é”, “Atrás da porta” ou “Olhos nos olhos”. Credo. Foda quando a gente perde noção da realidade. Quando a gente precisa de alguma coisa pra lembrar nossa dor, nossa perda. E não só música, tem gente que se diverte alimentando nossa dependência, nos lembrando a cada segundo dos casos e passos que a pessoa dá.

Segundo foi parar de pensar na pessoa antes de dormir. Assim a gente dá uma forcinha pro clichê quesito “tempo”. Feito isso, em uma semana ela passou a não fazer mais parte dos meus sonhos. Nem como o príncipe nem como sapo. Simplesmente deixou de atuar.

Depois e pra finalizar, nada como uma nova distração, uma nova aventura, alguma coisa que te dê de novo o friozinho na barriga e a sensação do desejo. Ah como isso é bom!
Uma boa dose de foda-se também vai bem nessas horas. Se permitir. Se perdoar.
A questão não é tirar a pessoa do seu convívio e nem fazer com que ela se torne o inimigo público número 1. Não é a pessoa. É a nossa bendita projeção.

E no final das contas, tudo se torna mais fácil do que pensamos. Aí veremos que o tal não é tão legal assim, nem tão imprescindível. E o amor que achamos que sentimos nem é tão amor assim, se é que foi amor um dia.


“Não se afobe não que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.”

domingo, 8 de agosto de 2010

“Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim”

Hoje o dia começou cheio. Cheio de coisas pra arrumar. Sentimentos, bagunças, roupas, coisas da viagem ainda espalhadas pelo chão. Meu quarto sempre refletiu minha confusão. Se tudo está organizadinho é porque tô tranquila. Nos últimos meses só tenho visto bagunça. Como um reflexo da alma.

Já ensaiei um discurso. Resolvi falar o que tá incomodando. Mas cara, me expor em relação a sentimentos sempre foi tarefa difícil pra mim. Cruz credo. Só de pensar já quase tenho um ataque. Mas como estou nessa de organizar minha vida, decidi partir por aí. Custe o que custar. Dessa vez vou criar coragem e dizer o que penso.

Voltei com uns deslizes morais da adolescência. Preciso dar um jeito nisso. Nem sempre tesão pode falar mais alto, mas foi tudo tão conveniente.... Sabe quando você consegue matar finalmente os dois coelhos da cajadada? Por enquanto estou só curtindo essa irreverência do descompromisso, mas daqui a pouco vou dar um ponto final nisso. Antes que seja tarde. Não quero mais ser negligente com meus sentimentos. Muito menos com os dele. Muito menos ainda com terceiros, como é o caso.

Bem, ainda tenho muito que fazer. Bom assim.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ele virou pra mim e disse:

-Professora, já te falei que prefiro você do que a minha mãe?

E eu aos pedaços, sem saber se fico triste ou feliz.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

E eu me visto de saudades do que já não somos nós

"O que me dá raiva não é que você fez de errado
Nem seus muitos defeitos, nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia...

O que me dá raiva são as flores e os dias de sol
São os seus beijos
E o que eu tinha sonhado pra nós...
São seus olhos e mãos e seu abraço protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?"

Essa música embalou minha madrugada insone.

Sabem aqueles dias em que a única coisa que seu coração consegue dizer é chega! Não aguento mais?

Pois é, esse dia finalmente chegou pra mim.

Ufa! Já era hora!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Das coisas que me fazem bem

Não tem sensação melhor que um sorriso de uma criança satisfeita pra tirar minha cara de tristeza e inundar meu coração de felicidade. E isso porque há pouco tempo, crianças me apavoravam, figuravam na lista das coisas/pessoas que eu evitava a presença.

Mas quem diria que eu ia ter a oportunidade de trabalhar com elas. De aprender com elas. Não com uma ou duas, nem com uma sala de 30, mas com 400 delas. Todos os dias. Me ensinando que amor e disciplina caminham lado a lado. Que mau comportamento é quase sempre necessidade de carinho. Que um bom abraço cura quase todos os seus males, quase todas as suas dores de cabeça, quase todos seus sofrimentos. E que um bom prato de comida cura os outros quase.

Crianças que me obrigam a estar sempre com um sorriso, a ter sempre um colo, a estar sempre por perto. Não importam meus problemas, elas simplesmente me exigem que eu esteja inteira. Justo. Muito justo para quem não conheceu o lado bom da vida. Muito justo pra mim, que nunca conheci os problemas reais da vida.

E dia a dia, vou me apaixonando cada vez mais por cada uma delas. Obrigada a vida por ter me dado essa preciosa oportunidade de curar minhas dores da alma.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

De todos os porquês


A idéia de ter um Blog é antiga, mas nos últimos dias, ela se tornou extremamente necessária. Ainda não sei como ficará, sei que tenho urgência em ter um meio de comunicação que não seja tão direto como um scrap e nem que seja tão sutil como uma carta que escrevo e sei que nunca será lida pela pessoa certa.
Me desculpem se eu for repetitiva nas linhas futuras, me perdoem se faltar inspiração.
Esse é um treino novo pra mim.

Esse é um alívio no coração cansado de conversar com as paredes.